Apenas mais uma singela resposta à carta do querido Neil deGrasse Tyson.
Farofeiros, farofeiras e farofeires… e querido Neil deGrasse Tyson, como vão? Espero que esteja tudo bem com todo mundo. O texto abaixo se refere à Carta para o Brasil do astro físico pop star supramencionado. Obviamente ficaria feliz de que ele pudesse ler esta carta, mas é improvável, talvez impossível. Porém, fico feliz se você ler e compreender o que quero dizer. (espero que não se incomode de endereça-la ao Neil)
Caro Neil,
Da minhas viagens à América do Norte visitei seu país algumas vezes. Na verdade, quando a moeda brasileira era mais forte pude passear bastante em seu país. Conheci a Flórida e a Califórnia, fui à passeio e à estudo, sabe como é, quando o governo comunista mandava no Brasil as coisas estavam menos piores. E mesmo tais visitas terem ocorrido à quase duas décadas atrás penso no seu país constantemente.
Consumo muitos produtos culturais da indústria do cinema, dos quadrinhos e games criados por americanos ou empresas americanas. Fui criado para admirar o estilo de vida americano e por muito tempo acreditei que seria o ápice que eu, como brasileiro, poderia almejar ou alcançar. Felizmente esse pensamento passou, demorou, mas passou.
A forma agressiva como o comércio é feito no mundo todo, e a maneira que os Estados Unidos da América agem ao redor do mundo foi o que me fez abrir os olhos. Assim como eu milhões de brasileiros assimilaram que aquilo que víamos no cinema, o endeusamento do que era certo (e errado) na visão dos bravos norte americanos, era o ideal.
Meus heróis de infância foram GIJoe (Comandos em Ação), Rambo e He-Man. Tinha bonecos, revistas, e tinha um desejo genuíno em entrar para a marinha norte americana para me tornar um Top Gun. Hoje sou um adulto que consome boa parte de conteúdo online em inglês, normalmente de sites americanos. No universo pop tudo ocorre do ponto de vista do americano – em teoria para o americano – mas tal conteúdo é distribuído no mundo todo… Na verdade eu mal sei dizer um número de cabeça para lembrar quantas vezes o inimigo da “América” foi o “Comunismo”… Acontece que isso se tornou cultura e, bem, veja no que deu.
No Brasil hoje há um crescente número de talentosos quadrinistas que, devido a falta de dinheiro, não posso apoiar da maneira correta. Ao ponto que não posso deixar de assumir minha culpa, tenho que lembrar que um quadrinho traduzido do inglês é muito mais barato do que a grande maioria criado por aqui.
Não pense meu querido Neil deGrasse Tyson que escrevo essas palavras para dizer que você está errado. As escrevo apenas para te lembrar que um mundo melhor se faz em conjunto, e tudo o que os Estados Unidos da América quer é ser grande novamente pisando em quem quer que seja. Enquanto isso não mudar talvez países que sofram tanta a influencia dos EUA, como o Brasil, não terá chances de valorizar outra coisa além do futebol e a “Garota de Ipanema”.
Agradeço de coração suas palavras, mas do jeito que a “América” trabalha contra o Brasil dificilmente veremos alguma mudança enquanto estivermos vivos. O planeta Terra e seus habitantes precisam entender o que é conviver, já que hoje a moda é apenas lucrar com o sofrimento alheio.
Pensamento do Dia
Nem toda semana respondo uma carta que não foi para mim, às vezes falo de como manter a sanidade e de doenças que não existem. Mas as vezes consigo ser pior.