Você precisa ler o gibi Beta Ray Bill #1.
Com o dólar alto no meio desse genocídio ler gibis dos EUA, mesmo os digitais, são um desafio. Às vezes tenho azar, mas às vezes tenho uma sorte que me assusta. Já aconteceu antes mas hoje preciso muito falar de Beta Ray Bill #1, seguindo a história de Bill Raio Beta após alguns acontecimentos de Thor junto do ataque de Knull, o Rei Sombrio.
Inicialmente o que me chamou a atenção foi a arte, a escolha de uma palheta de cores menos brilhantes me agradou bastante. As cores de Mike Spicer casaram muito bem com a arte (e o argumento) de Daniel Warren Johnson. O traço sombrio e mesmo assim detalhado chega a ser caricato, e confesso que isso é um deleite para meus olhos. Talvez por arremeter um traço pessoal, mas não desenvolvi isso… Mas isso é outra história.
Aviso que spoilers poderão surgir a seguir, apesar de ser a primeira edição este quadrinho ainda não tem data de lançamento no Brasil.
Nessa primeira edição do quadrinho solo de Bill Raio Beta descobrimos um pouco dos desdobramentos da atual encrenca com Knull. Mas não é só isso que me interessou nessa edição, é confirmado também que a cara de cavalo de Bill é um “efeito colateral” da força de Odin que ele possui.
Aparentemente ele poderia voltar ao “normal” quando quisesse com o Stormbreaker, mas Thor o quebrou.
Além disso a briga com Fin Fang Foom – dominado por Knull – é bem intensa, e é aí que o traço de Daniel Warren Johnson brilha. A estrela da briga é sem dúvida alguma Skuttlebutt, a nave estelar senciente ligada a Bill (resquício de histórias da década de 1980), que surge para ajudar os habitantes de Asgard. Por essa participação realmente não esperava. Aliás, mal me lembrava da nave, a história também mostra como a relação de Bill e ela começou. Nesta edição tudo ainda é nebuloso.
Mesmo assim, Bill Raio Beta sem seu martelo e o exército de Asgard não conseguem sobrepujar o dragão sombrio… Então Thor surge para garantir a vitória e ser ovacionado enquanto Bill é largado no campo de batalha. Em um enfrentamento Bill deixa claro que Thor sempre está roubando sua glória, sempre o colocando em segundo lugar como uma sombra. A quebra do Rompe Tormentas simplesmente tirou o maior presente de Odin para Bill.
O ponto alto da edição é um que me deixou com um nó na garganta. Nele Lady Sif se engraça para cima do herói, porém, ao perceber que ele não poderia voltar a sua versão normal – sem ter a cara de cavalo – a situação fica constrangedora. Não sei se este é um papel interessante para Lady Sif, não sei se é ideal essa representação dela, mas o que aconteceu com Bill naquele momento foi devastador.
Ao final Bill Raio Beta embarca na Skuttlebutt avisando que precisa se encontrar e encontrar Odin para que ele faça um novo martelo para ele. Além disso ele diz que vai procurar ficar bonito novamente.
É, apesar da ação essa edição me cortou o coração.
A edição ainda conta com uma entrevista de Daniel Warren Johnson com Walter Simonson. Este é mais um tipo de extra que as edições brasileiras não recebem por conta do seu formato. Tá aí um outro gibi que deve ser ignorado nas publicações nacionais, mas vale a pena você correr atrás… Pelo menos da primeira edição.
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O que será que vai vir em Beta Ray Bill #2?