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Guerra Civil e a política brasileira

O filme Capitão América: Guerra Civil está para ser lançado e já vi muita coisa sendo falada por aí: que foram filmados três finais com um velório (supostamente de Steve Rogers), que o Homem Aranha irá aparecer no filme (aham), que não será igual ao gibi… fiquei surpreso quando vi que o PSTU, sim o partido político, havia postado em seu site um artigo sobre o filme. Claro que vi o oportunismo da sigla partidária e ignorei totalmente… até que Anthony Russo, um dos diretores do filme, se pós a falar sobre o texto.

Segundo o UOL o diretor leu e adorou o texto de Fred Bruno que fala das “saídas burguesas” que Capitão América e Homem de Ferro procuram para os problemas mundiais, é óbvio que ele é tendencioso e coloca o autor dos quadrinhos, Mark Millar, como esquerdista e cita como exemplo a história que coloca Superman como simbolo socialista com foice e martelo no peito no lugar do famoso “S”. Não acredito que Mark Millar queira se colocar como um autor político já que seu principal trabalho (na minha opinião) é Authority que mistura fascismo com anarquia.

Anthony teria afirmado que eles teriam amado a ideia que este tipo de filme funcione como parábolas para a nossa existência. “Sabemos que há muita ansiedade pela situação atual do mundo, seja em termos de política, violência ou guerra, e sempre queremos canalizar esse tipo de debate para a história. E embora nosso mundo seja totalmente ficcional, estes temas são os temas que estamos debatendo no filme”. Joe Russo complementa dizendo que o espírito por trás do artigo é muito preciso, “e está totalmente alinhado com a discussão que o filme traz: Quanto poder é poder demais? Quais as responsabilidades que os poderosos têm? Quem deveria controlar o poder? Certamente questiona as controvérsias que têm permeado o debate eleitoral deste ano aqui nos EUA, que têm revelado pessoas violentas em ambos os lados, com pontos de vista extremos. Então, o filme reflete nossas ansiedades e fizemos questão de politizar o filme de forma a torná-lo mais atrativo ao público.” Os irmãos Russo confirmaram que têm acompanhado a discussão política no Brasil desde o inicio das filmagens.

É difícil falar sobre o filme sem saber direito a história que será contada, já sabemos que apesar de lembrar a original de Mark Millar existem diversas diferenças, mas está estampado que a Guerra Civil é motivada pelo controle do poder. Um partido político se colocar numa questão é essencial, mas o oportunismo me incomoda, afinal falamos de política aqui, mas dificilmente falamos de partidos… eles conseguiram a vitrine que queriam, só espero que essa exposição não cause o enfraquecimento da discussão na política nacional.

Nos filmes nem preciso dizer que todos temos lados… prefiro o Império do que a escória Rebelde em Star Wars, tenho um escudo do Capitão América prontinho para voar na cara de algum Tony Stark safado da vida… mas na vida real não seguiria nenhum tirano, nem seguiria um simbolo bandeiroso de outro país. No final o lado certo é aquele que beneficia a maioria, não a minoria…

Se é guerra todos saem perdendo, independente do lado que se escolha.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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