Veja a nossa análise da série Falcão e o Soldado Invernal da Disney Plus.
As consequenciais de Vingadores – Ultimato irão repercutir por anos a fio no Universo Cinemático da Marvel e, até o momento, Falcão e o Soldado Invernal da Disney Plus é o melhor retrato que temos desse mundo. Diferente de várias formas do mundo real mas com temas que são relevantes o que torna a série extremamente atual.
A aposentadoria anunciada de Steve Rogers do cargo de capitão já era esperada, mas como o mundo e seus aliados mais próximos lidariam com isso seria uma incógnita se não fosse a série. Não é exatamente uma adaptação dos quadrinhos para às telas, mas mesmo assim ver Falcão, Soldado Invernal e o surgimento de um novo Capitão América não me decepcionou.
Você gosta de Falcão e Soldado Invernal? Neste link você pode completar sua coleção com os heróis da Marvel. Só coisa fina.
A seguir você confere a análise de toda a série, nessa análise surgirão spoilers que talvez possam entregar toda a trama e algumas potenciais surpresas.
Falcão e o Soldado Invernal
O ritmo de Falcão e Soldado Invernal é bem diferente de WandaVision, séries diferentes, temas diferentes, abordagens diferentes. Particularmente gostei muito mais dos heróis patriotas no Disney Plus do que da bruxaria de Wanda, mas isto não é um problema, é apenas meu gosto. Logo de cara vemos o Falcão em ação de uma maneira que caberia tranquilamente em qualquer filme dos Vingadores ou do Capitão América.
Por ação entenda que estou falando do tradicional filme de super herói, tiros, voo, manobras e movimentos impossíveis. Não há incursões em outras realidades, não há viagens no tempo, nem gigantes verdes nem deuses nórdicos depressivos. Mas temos muito soro supersoldado e gente com vontade de dar socos.
Em suma, a série mostra a jornada de Sam Wilson em aceitar o chamado para se tornar o Capitão América. Nessa jornada obstáculos se mostram surpreendentes, como a crescente intimidade com Bucky, o surgimento dos Apátridas e o novo Capitão América.
Sam se julga incapaz de continuar o legado de Steve Rogers então deixa o escudo com o Governo dos EUA. Este não demora em dar um novo uso para o escudo elegendo John Walker, um herói de guerra, como o novo Capitão América. Como fã de quadrinhos, sabia que Walker iria dar problemas… e foi o que aconteceu. Com a morte de Lemar Hoskins vemos o surgimento do Agente Americano que conheço dos quadrinhos.
Para amigos que ficaram surpresos, lembrei que o personagem sempre foi bem babaca nos quadrinhos. Sem mencionar que ele tem um carisma extremamente duvidoso e sempre fico surpreso quando anunciam a “volta” do personagem. Não entendo os fãs do Agente Americano nos quadrinhos, nem quando ele é “bonzinho”.
Neste momento na série vemos o símbolo do Capitão América corrompido, onde um soldado faz o que qualquer soldado faz em combate: mata.
O surgimento de Sam Wilson como Capitão América foi apoteótico para mim. Não contava com uma intervenção de Wakanda para salvar o símbolo norte-americano, mas a caracterização praticamente idêntica à dos quadrinhos me fisgou. Acho o design bem sofisticado e ficou muito melhor nas telas do que poderia imaginar. Convenhamos, a utilização do escudo junto das asas pode ficar mais exagerada do que o normal de qualquer super herói, mas houve bastante cuidado na caracterização. E o resultado não poderia ser menos do que exuberante.
Sam Wilson como Capitão América incorpora uma mensagem bem mais poderosa do que poderia imaginar – e até compreender.
A mensagem
Ver Isaiah Bradley representado nas telas foi algo que não esperava. Mostrar, mesmo que brevemente, a história do personagem que realmente recontou a história do mito do Capitão América é algo que me maravilhou como fã de quadrinhos. O legado mostrado em 2003 em Truth – Red, White & Black merece toda reverência possível e espero que isso seja apenas o começo.
Carl Lumbly foi a escolha perfeita para o personagem, mais uma estrela para a constelação desse elenco, aliás. Os diálogos de Isaiah e Sam são assustadores, eles mostram o quão real a ficção pode ser e dão ainda mais relevância à toda obra.
Infelizmente tive a impressão que boa parte da crítica não avaliou em si o roteiro ou a história em si. O que vi foi muito mimimi de gente reclamando de uma suposta justiça social ou que os personagens terminam onde começam. Você sabe de onde vem esse tipo de avaliação, não é mesmo? É de gente que se chama de conservador mas na verdade é apenas um negacionista retrógrado que não suporta o mundo destacar outras pessoas que não sejam aquelas a quem ele tem como referência.
É claro que estamos falando de um americano, aliás, de um símbolo americano. Mesmo como brasileiros não podemos nos isentar da importância de vermos nas telas um Capitão América negro chutando bundas e – pelo menos tentando – transformar o mundo.
Por eu não ser um homem negro, por não ser a minha realidade talvez não consiga descorrer com a propriedade merecida sobre a importância de Sam Wilson como Capitão América nas telas. Mas indico os perfis nas redes sociais do AfroNerd, Levi Kaique Ferreira e Savage Fiction que podem com certeza dar um testemunho muito melhor que o meu.
Abaixo você confere o discurso final do novo Capitão América traduzido livremente. Não por acaso o discurso serve para diversas situações no mundo real e mostra o quanto os políticos – ou os poderosos – são distantes do povo no mundo real.
Pare de chamá-los de terroristas.
(…)
Suas tropas da paz com armas estão forçando milhões de pessoas em assentamentos pelo mundo, certo? Do que acha que essas pessoas vão te chamar? Esses rótulos, “terroristas”, “refugiados”, “bandidos”, são usados para evitar a pergunta, por quê?
Finalmente temos uma luta comum agora. Pense nisso. Pela primeira vez, todas as pessoas que estão implorando, e quero dizer, literalmente implorando para vocês sentirem como cada dia é difícil… Agora vocês sabem.
Como é se sentir desamparado? Se vocês lembrassem como é se sentir desamparado e se deparar com uma força tão poderosa que apagaria metade do planeta, saberiam que teria exatamente o mesmo impacto. Não se trata de decisões fáceis, senador.
Sou um homem negro carregando estrelas e listras – o que eu não entendo?
Cada vez que pego essa coisa, sei que milhões de pessoas vão me odiar por isso. Até agora, aqui… eu sinto. Os olhares, o julgamento. E não há nada que eu possa fazer para mudar isso. E ainda estou aqui. Sem super soro. Sem cabelo loiro ou olhos azuis.
O único poder que tenho é que acredito que podemos fazer melhor. Não podemos esperar que as pessoas façam algo sem darmos algo em troca. Vocês controlam os bancos! Merda, vocês podem mover fronteiras. Derrubam uma floresta com um e-mail, alimentam milhões de pessoas com um telefonema.
Mas a questão é: quem está na sala quando você toma essas decisões? São as pessoas que você vai impactar? Ou só mais pessoas como você? Quero dizer, essa garota morreu tentando impedi-los, e ninguém parou por um segundo para perguntar por quê.
Você tem que fazer melhor, senador, você tem que dar um passo à frente. Se você não fizer isso, a próxima Karli vai. Você não quer ver (a versão) 2.0. As pessoas acreditavam tanto em sua causa que a ajudaram a desafiar os governos mais fortes do mundo. Por que você acha?
Vocês têm tanto poder quanto um deus insano ou uma adolescente mal orientada. A pergunta que devem se fazer é: “Como você vai usá-lo?”
É, o novo Capitão América é de esquerda! 🙂
O futuro do novo Capitão América
Especular é uma parte importante do fandom MCU, isso nos move inclusive. Aliás, as cenas pós-créditos servem apenas para este propósito e mesmo odiando não consigo evitar de tentar adivinhar o próximo passo da Marvel nos cinemas (ou séries).
Falcão e Soldado Invernal voltarão em Capitão América 4, isso mesmo, nos cinemas veremos Sam Wilson voando e arremessando o escuto em vilões. Gostaria muito de vê-lo carregando o Homem Aranha ou o Homem Formiga apenas pela piada. A parte importante dessa notícias é que Malcolm Spellman, co-criador da série, irá co-escrever o filme junto de Dalan Musson.
Não canso de imaginar que em breve veremos os Jovens Vingadores em algum lugar. Primeiro foram os gêmeos de Wanda e Visão – Wiccan e Célere (Speed?), sabemos que na série do Gavião Arqueiro veremos a minha amada Kate Bishop. Cassie Lang talvez já possa ficar gigante… Agora temos o Patriota, o neto de Isaiah Bradley chamado Eli. Será que um dia veremos essa tuma toda junta? Em teoria faltam só o Hulkling (Invasão Secreta tá aí pra isso?), o Iron Lad (Kang? Alguém? Armor Wars?) e Noh-Varr? E Miss America? E Kid Loki? Tá, parei.
Sharon Carter? Nunca curti muito a personagem nos quadrinhos, agora tenho motivos para não gostar dela na série também. O papel é, na minha opinião, uma ponta que ficou estranha no meio de toda história. Certamente a Hidra irá mandar um panetone no final do ano para sua residência.
Mas o que quero mesmo especular é quanto ao boato de que Steve Rogers está na Lua. E agora Cris Evans? Mas sabe o que você não esperava mesmo? Daniel Brühl, o Barão Zemo, é pelo menos um pouco brasileiro já que seu pai nasceu no Brasil. Cabum!
2 respostas em “Falcão e o Soldado Invernal”
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