Mesmo em 2020 eles não ligam pra gente.
Farofeiros, farofeires e farofeiras, eles não ligam pra gente, nunca ligaram e nunca irão ligar. Ricos e poderosos só se interessam em ficar mais ricos e poderosos pisando nas massas. Naqueles que morrem de trabalhar para conseguir o mínimo para sobreviver, não importa o país, não importa a religião e nem o partido. Isso acontece com todos, mas sem dúvida o povo preto é quem mais sofre nessa capitalista equação que desumaniza pobres e os força a se manter marginalizados.
Infelizmente o universo pop, do qual fazemos parte e noticiamos aqui constantemente, é reflexo direto dessa desigualdade com poucos bons exemplos que foram alçados ao mainstream. A ascensão de racistas no mundo é assustadora e deveria preocupar a todos, mas os racistas obviamente não se preocupam com isso.
Somos um blog pequeno, de alcance medíocre, mas não vamos deixar de nos ajoelharmos e erguer nossos punhos em respeito. Apesar de tudo recebemos muito ódio quando falamos do racismo na escolha do ator de Mancha Solar do filme dos Novos Mutantes, quando falamos que Watchmen (a série) está cada vez mais atual, quando falamos da origem do Coronga e até sobre Ligma. Porém nosso leitor não vê esse ódio pois os impedimos de serem propagados no Blog Farofeiros. Temos uma taxa de engajamento muito menos com isso mas, diferente de grandes portais, não damos voz ao ódio.
Não temos medo de nos colocar ao lado de briguentos muito maiores que nós como o Overloadr, Mimimidias ou NautilusLink. Vidas negras importam demais para simplesmente ignorarmos qualquer ataque, mas como sempre vemos que eles não ligam pra gente.
O mais recente ataque de ódio vem da Ubisoft com seu game móvel Tom Clancy’s Elite Squad e diversas outras propriedades intelectuais, incluindo o inédito Far Cry 6. Normalmente reclamamos dos bugs dos games da Ubsoft mas enquanto a produtora insistir em lucrar em cima do ódio seguiremos a orientação do jornalista Rique Sampaio, boicote em todos os produtos da Ubisoft. Não basta remover a imagem inadequada, o jogo todo gira em torno de enfrentar grupos de minorias classificados por eles como terroristas. Bem parecido com o discurso de extremistas de direita, detalhe para que isso acontece também em Call of Duty – Black Ops: Cold War da Actvision também como apontado pelo Kotaku.
Os grupos enfrentados no game são os enaltecidos pela sua luta contra a desigualdade racial. Não podemos deixar que a cultura pop seja absorvida pela normatização do ódio contra o povo negro e sua luta por igualdade. A luta não é apenas de quem é negro, é de quem se considera ser humano e que tem amor pelo próximo, sem erguer bandeiras preconceituosas contra seus irmãos e irmãs.
Como eles não ligam pra gente devemos nos organizar e não permitir que o lucro encha os bolsos de quem gera preconceito e ódio. Por isso escolhemos que Wakanda seria a morada segura de todo um povo que foi arrancado de sua terra natal, e infelizmente o escolhido para representar o rei deste povo não está mais entre nós. Mas este exemplo, de como a cultura pop deve ser inclusiva e representativa, estará conosco para sempre.
Eles não ligam pra gente e por isso não podemos deixar o ódio vencer.
Pensamento do Dia
Mesmo sem cabeça uma coisa é certa, Ubuntu Chadwick Boseman, eterno rei de Wakanda. Recomendo ainda os artigos de Load Comics, do Omelete e da Andreza Delgado, do PerifaCon e do Uol sobre a morte de Chad.