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A história do meu primeiro gibi

Meu primeiro gibi de super herói tem uma boa história.

A história do meu primeiro gibi é bem antiga, se passa em uma época bem mais simples onde o cabelo da moda era o do MacGyver.

Em 1988 tive meu primeiro contato com um gibi de super herói que realmente gostei. Antes disso haviam os tradicionais infantis da Turma da Mônica e algumas coisas bizarras da daquela década bizarra. Quadrinhos da Angélica, Trapalhões e da Xuxa eram comuns junto de diversos títulos da Disney. Acho que tive algum do Sérgio Malandro ou do Gugu, mas me lembro também de tê-los transformado em lixo. Até então meus super heróis eram os dos desenhos animados e os tokusatsu recém chegados ao Brasil.

Minha mãe nos deu o troco de alguma coisa e aquilo seria o suficiente para comprar um novo gibi. Eu e meu irmão tínhamos que escolher juntos pois o dinheiro só daria para comprar uma “coisa”.

Sim, minha mãe deu Cz$ 40,00 para uma criança de oito e outra de cinco anos gastarem na banca de jornal. E não pense que isso era muito dinheiro. Sei lá como converter Cruzeiros em Reais trinta anos depois mas a quantia não passaria de R$ 4,00 (ou menos).

A História do meu Primeiro Gibi - Heróis da TV #103 - Blog Farofeiros

Lá chegando achamos uma sensacional revista que dizia ter os heróis da TV, olhamos por cima e ficamos impressionados com aquilo. A capa, toda roxa de Heróis da TV #103 trazia um cara muito maneiro com um arco e flecha à frente de diversos heróis.

Mesmo sem entender o que aquele gênio azul estava fazendo no meio daquele pessoal todo voando escolhemos este quadrinho. Mas a história do meu primeiro gibi não acaba aí.

Morávamos em um prédio sem elevadores, ao subir o primeiro andar um vizinho de baixo que pouco falávamos por ser muito mais velho perguntou se gostávamos de gibis. Dissemos que sim mas suspeitamos que ganharíamos diversos gibis da Turma da Mônica, mas não, para nossa surpresa não foram só coisas bizarras.

Havia muita coisa do Homem de Ferro, Capitão América e Liga da Justiça. Entenda, na época algumas coisas eram difíceis de serem concebidas já que a tecnologia era algo bem rudimentar – estamos falando da década de 1980 – e de cara achei que o Homem de Ferro era um robô. Capitão América achei bobo pois ele era americano depois, mas da Liga da Justiça até gostei. Só não entendi nada.

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Por falar em não entender devo voltar ao Heróis da TV #103. Nele haviam três histórias e a diferença em relação entra sua publicação original nos EUA eram de absurdos 4 anos. Mas logo de cara tive contato com Thor enfrentando Bill Raio Beta, fiquei impressionado – ou assustado – com a cara de cavalo.

A segunda história era do Homem Máquina e este demorei uns anos para entender, aquele X-51 e o Homem de Ferro 2020 me assustavam. Mas então houve a história dos Vingadores com todos aqueles personagens coloridos unidos numa mansão para combater o mal. E, pasmem, era uma história polêmica com Hank Pym, então Jaqueta Amarela, em um julgamento de 1963! 

Pois é, meu primeiro gibi foi algo meio velho até naquela época.

Naquela época achei o Gavião Arqueiro (arqueiroroxo) sensacional. Procurei saber mais sobre o gênio azul voador na capa mas não encontrei. Demorei anos para entender que aquele era o Fera e que ele não estava voando. O mais assustados mesmo é que demorei também para entender que o gibi não tinha nenhum herói que aparecia na televisão.

E, obviamente, mas ainda tenho o meu Gibi Número 1 guardado e conservado para a posteridade. 

Quadrinhos são uma grande parte da minha vida, já tentei desenha-los, escrevê-los, criar o super herói patriota brasileiro perfeito. No final o que fiz mesmo foi criar um blog para falar (e zoar) esta arte que amo.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

2 respostas em “A história do meu primeiro gibi”

NOSSSAAA! E acredita que encontrei alguns no sebo do messias aqui em SP?
hahaha estavam em ótimo estado quando vi… Eu só fiz parte da turma da monica quando era criança mesmo rs.. Acho que meu primeiro contato com heróis foi quando tinha uns 15 anos já rs

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