Estou me sentindo velho em repetir isso mas a culpa nunca é dos videogames.
Não irei medir tamanho das tragédias ou referências que esses ignóbeis assassinos tenham usado. Eles merecem tudo de mal que passaram ou irão passar, minha preocupação agora é repetir pela milésima vez que a culpa nunca é dos videogames.
Aqui no Blog Farofeiros tentamos desconstruir esse pensamento faz anos. A ignorância é tanta que em 2008 o McDonalds culpou os videogames pela obesidade infantil no Reino Unido. O McDonalds.
Em 2018 Donald Trump colocou a culpa em outra chacina americana nos videogames e cinema. Prometeu ações contra esses dois braços da cultura pop, como se eles fossem culpados pelas ações das pessoas.
Não há dúvidas que a cultura influencia as pessoas, mas essa mesma cultura dá discernimento para que o real e o imaginário sejam separados devidamente. A culpa nunca é dos videogames por conta disso. O imaginário, o fantasioso vivem apenas em seu mundo, não no real.
O problema são os governantes colocando a culpa na cultura pop para dirimir suas obrigações e responsabilidades. Políticas públicas a favor do desarmamento, contra a venda de armas (de fogo ou não) e campanhas contra violência (verbal ou física) em escolas poderiam surtir mais efeito do que ir no Twitter e perguntar o que é golden shower.
É inegável que a cultura do ódio deve ser combatida, mas não retaliando a cultura pop.
A culpa nunca é dos videogames e não vou cansar de repetir isso. Nunca pisei em uma tartaruga, nunca usei um rifle de fusão contra outra pessoa e nem matei zumbis indiscriminadamente no mundo real.
Também nunca matei parte da fauna e da flora de um local com minha lança +4Pole Axe [1] no mundo real. Ou usei minha varinha para transformar um corrupto em um rato. Nem usei meu DeLorean máquina do tempo para alterar algo no passado para benefício próprio.
Lembro ainda que nunca escondi robôs alienígenas disfarçados em veículos em minha residência. Também nunca ergui minha arma lendária contra uma pessoa no mundo real.
Ficou fácil entender como a culpa nunca é dos videogames? Por isso devemos continuar lutando contra a estupidez.
Basta seguir a idade indicativa e jogar. São mecanismos da sociedade que tem que impedir um membro dela de cometer um crime, não o filme de robô gigante ou o videogame de porco-espinho azul.
Pensamento do Dia
“Apesar de tudo isso a culpa ainda pode ser da sua mãe.”
Um pensamento antigo mas atual.
Toda segunda-feira um pedaço da sapiência universal em sua mais exaltada beleza de graça para o mundo. Apenas neste blog.